quarta-feira, 2 de julho de 2008

Contos de Bruxas


Era uma vez uma princesa, digo, uma bruxa, dessas que usam vassouras a jato bem velozes, quase furiosas. Ela tinha um problema: não queria ser bruxa, ela queria ser princesa, óbvio, as princesas eram mais legais, arrumadinhas, delicadas e tinham muitos acessórios maneiros, inclusive príncipes! É, príncipes lindos, com cavalos maravilhosos bem branquinhos.

Ela adorava escutar as histórias que as princesas contavam sobre os príncipes, tinha lá suas dúvidas, mas bem no fundo tinha esperança que um dia um desses príncipes bacanas cruzasse o seu caminho.

Como toda boa bruxa não tinha muita paciência para esperar por príncipes, mas também não queria fazer bruxaria, até porque se fizesse nunca seria uma princesa. Então ela pegava sua vassoura e saia todas as noites para observar o comportamento das princesas, príncipes, sapos, ogros e outras criaturas que não vem ao caso agora. Ela ficava nas tavernas, tomava veneno e dava risada das princesas, que apesar de lindas, não enxergavam muito bem, faziam muita confusão, achavam que ogros e sapos viravam príncipes, mas por experiência bruxística, já reconhecia tais tipos. Até por que as bruxas podem sair com sapos e ogros, mas ela não queria saber disso. E era um desfile de príncipes sem cavalo, cavalos sem príncipes, sapos pedindo beijo, ogros disfarçados, etc.

- Que saco! - pensava a bruxinha.

E de tanta confusão, ela cansou, decidiu aceitar a condição de bruxa. Era muito sofrimento ficar escondendo verrugas e vassouras.

-Vou me divertir! Chega de princesa chata e príncipes de faz de conta!

E foi o que fez. Começou a fazer feitiçarias e traquinagens, e bruxas atraem outras bruxas, assim conheceu uma dessas que não gostam de princesas, mas gostam de gatos, caldeirões e morcegos (vampiros de preferência).

Numa noite fria, as duas bruxas pegaram suas vassouras para ver o que acontecia na cidade, não paravam em lugar algum, voavam de um lado para outro, conheceram muitas criaturas, entre elas um morcego.

- Opa! - pensou a bruxinha - Que morcego interessante...

Na verdade o morcego parecia um príncipe, e não uma criatura da noite, era interessante e estranho, ela gostou, mas sabe como são os morcegos com seus ótimos radares sempre ligados.

- Que perigo! - pensou ela.

Eles conversaram muito e ela já estava mais a vontade com o morcego, ele também achou ela esquisita, mas afinal ela era uma bruxa e as bruxas são traiçoeiras. Mas o morceguinho era bem bacana, no início era estranho sair com um morcego ao lado, mas com o tempo começou a se divertir. O morcego era muito engraçado e queria fazer muitas coisas, e todas as coisas ao mesmo tempo.

Ele não precisava de vassoura, pois tinha asinhas, mas sempre acabava na vassoura da bruxa, e eles gostavam de viajar, de conversar e de rir dos príncipes e princesas atrapalhados. E enquanto faziam isso, descobriam que ela era um pouco morcega e ele um pouco bruxo.

Eu não sei se ser princesa, morcega ou bruxa é uma escolha, ou se a escolha é ser o melhor que podemos ser. Acredito, que não encontramos aquilo que procuramos e sim aquilo que inconscientemente desejamos, e que de certa maneira negamos, por medo dos nossos sonhos. E se eles se realizarem? E se o morcego for um príncipe, ou se ele for um morcego bonzinho?

Bom, uma boa bruxa deve ter, lá no seu livro de bruxarias, alguma fórmula para descobrir.

Um comentário:

Jau disse...

Guria que viajem toda é essa?! Rsss, detestei Sherek 2, quem naum quer ficar bonito?!Rsss...